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07/12/1473 Desde as trincheiras, Malvino fala com a KAP
![]() Coimbra (KAP) Após sete semanas de cerco a Guarda, a KAP fala com Malvino, um soldado que, entre os muitos que participam do cerco, se tornou famoso por suas crónicas. Senhor Malvino, o vosso diário sobre o cerco de Guarda já anda de mão em mão, tanto no arraial como na corte. O que o levou, em plena guerra, a pegar na pena e escrever tudo o que vê e vive todos os dias? Foi apenas uma história que inventei para animar as noites, quando estou a beber, à fogueira, com os meus companheiros de guerra, mas há sempre aqueles que acham que o mundo gira à volta deles. Basta uma palavra e enfiam a carapuça como se lhes estivesse feita à medida. Não vou negar: tornam tudo mais divertido. Como disse o senhor Bibiano, transformei "o cerco num espetáculo de humilhação verbal" Humilhação? não tenho a culpa que fiquem tão fofos na tentativa de se defenderem de forma tão desesperada e humilhante de uma história que eu inventei. Mas deixe-me deixar aqui algo bem claro, o mundo gira para todos e não so para essas pessoas. Devo de estar a dizer algo surpeendente para alguns, mas acredito que haverá uma pessoa que consiga explicar com paciencia de forma a que eles entendam. Senhor Malvino, o que o trouxe a esta guerra? Foi dever, lealdade, necessidade… ou outra coisa qualquer? Não vim por obrigação nem por qualquer voto de glória. Vim por companheirismo, poucos conhecem o significado dessa palavra, vim pelo Barão de Vilalva de Guimarães Balyan e pelos que caminham ao nosso lado. Ora bem, o senhor Kokkas, por exemplo, jura que há pessoas que "já foram embora, mas estão cá", como se fosse possivel estar em dois lugares ao mesmo tempo e quem queira explodir ‘"invasores", e há quem, como eu e ao contrário dessas pessoas, tenha a vida que todos vêem… e a vida que ninguém imagina. Foi nessa outra vida, escondida entre sombras e segredos, que conheci o Barão Balyan e os demais — há mais de uma década, na cidade de Miranda. E é por isso que aqui estou. Senhor Malvino, o que pensa do artigo da KAP com o título “Quando a verborragia encontra a lâmina”? Acha que esse texto é justo consigo? Em que partes sente que a verdade foi laminada pelas palavras? Ah, o famoso artigo ‘Quando a verborragia encontra a lâmina’. Veja… o senhor Bibiano tem contas a acertar comigo, matei-lhe o primo na Guarda, e agora usa a KAP como escudo e espada para ajustar sentimentos. É curioso, não é? Ele escreve sobre mim com tanta paixão… mas não é ele que está aqui a entrevistar-me. Pergunto-me o porquê. Falta de coragem? Talvez excesso de parcialidade? De qualquer forma, agradeço-lhe a si por ter a coragem, que faltou a essa pessoa, para enfrentar este pequeno guerreiro. Em relação a torcer verdades: falam de ‘lutar pelo Reino contra a ditadura’, quando já todos sabemos que ditadura, hoje em dia, é apenas outra forma de dizer ‘Lisboa’. Por que razão o senhor Bibiano só entrevista os que andam a lutar para defender o poder que possuem? Mas nunca dá espaço àqueles que chamam de ‘traidores’ ou ‘membros de organizações criminosas’? Será por serem todos farinha do mesmo saco? Fica a dúvida… E quanto à tão proclamada justiça… outra palavra vazia nas bocas lisboetas. Colocam no comando dos exércitos alguém que traiu o país mais vezes do que existem pedras num caminho, um homem tão aterrorizado em perder o poder que até se recusou a fazer o trabalho que lhe competia como capitão do porto em Alcaçer do Sal quando o tribunal lhe exigiu provas para um processo. Mas claro: tudo isto é varrido para baixo do tapete e quem são os mauzinhos são os apelidados Filhos do Norte. Quando o senhor Bibiano escreve que eu ‘zombei das decisões políticas e militares da Coroa’, quase me enternece. A minha avó já dizia: a verdade magoa. Alguém tem de a dizer. E quando são os Filhos do Norte a fazê-lo, transformam-nos logo em alvos a ‘explodir’. Senhor Malvino, o que pensa das palavras de Kokkas de Monforte na entrevista que deu à KAP? E como avalia as decisões dele à frente dos exércitos durante o reinado da Rainha Sofia? Senhor Brigal, sejamos francos: o senhor Kokkas é limitado com palavras. Quando tenta juntar mais do que três numa frase, ninguém entende nada. Ainda hoje não percebo como é que os militares conseguem seguir a estratégia dele. Veja bem: ele diz que tem "o dever e o direito em defender nosso Reino de Portugal. A única ordem é a explosão os invasores." Explosão? No meu entender, o que ele anda a explodir é o povo. Esse, ele silencia sempre que pode. E pensa que os do Norte andam a dormir… mas é exactamente o contrário. Nada nos passa ao lado. Andamos a observar Lisboa há mais tempo do que imaginam. Depois acrescenta que com "a explosão dos invasores, depois é fácil e simples". Talvez devesse ter umas aulas de português, porque fácil e simples é entender o que as crianças escrevem, talvez essas crianças podessem ensinar qualquer coisa a esse individuo. A não ser que seja um código secreto... aí sim, o senhor Kokkas seria um génio, porque nós, o suposto “inimigo”, ficamos realmente a tentar decifrar o que raio ele quer dizer. Senhor Malvino, com tudo o que já viu neste cerco e conhecendo as forças dos dois lados, como acha que vai acabar o sítio de Guarda e esta guerra com Lisboa? O senhor Vilacovense disse na entrevista dele que “quando Coimbra cair, os que querem a independência do Porto vão embora também”. E disse-o com uma confiança tão grande que quase parece que Coimbra vai cair… mas é é nos encantos dele. Segundo ele, é só uma questão de tempo até a cidade desmaiar nos seus braços. E agora diga-me: se até a Rainha Sofia não resistiu a tal ‘charme’, como é que nós, meros mortais, havemos de resistir? Se calhar esta guerra nem acaba à espada, acaba em romaria de gente a cair rendida ao jeitinho do Vilacovense. A Guarda que se prepare: ou nos rendemos… ou morremos perdidos de amor por ele. Mas, sinceramente, entre o charme do Vilacovense, a poesia explosiva do Kokkas e a diplomacia duvidosa de Lisboa… diria que isto termina como todas as grandes tragédias: com alguém a tropeçar, outro a culpar o Norte e todos a jurarem que a culpa nunca é deles. Senhor Malvino, na vossa opinião, por que motivos Coimbra e Porto decidiram seguir o caminho da independência? E que tendes a dizer às vozes que clamam que esses Condados não se libertaram, mas antes caíram nas mãos de estrangeiros? Acredito que tenha respondido a essa pergunta, inconscientemente, numa pergunta anterior mas vamos lá, que Lisboa não gosta de ouvir tudo duas vezes, especialmente quando não lhes convém. Os Filhos do Norte passaram anos a observar, silenciosos, pacientes, quase como gatos a ver um frango assado que não lhes pertence. Só que chegou a um ponto em que a paciência acabou. Afinal, quando os grandes de Lisboa passam mais tempo a humilhar o povo do que a governar, alguém tem de fazer alguma coisa. Quanto à história de que "caímos nas mãos de estrangeiros", como o senhor diz, digo apenas isto: é curioso como Lisboa chama "estrangeiro" e "inimigo" a tudo o que não obedece às suas birras. Se amanhã o vento soprar do Norte, ainda dizem que é uma invasão viking. E mesmo que eu morra em batalha, que espero que não, ainda tenho cervejas para beber, sei que os que marcham comigo lutarão pelo poder do povo. Porque ao contrário de alguns, nós não lutamos por cadeiras, lutamos para que ninguém se sente nelas sozinho. Senhor Malvino, há ainda algo que queira dizer aos leitores da KAP? Aos leitores da KAP? Nada a acrescentar. Quem conhece os Filhos do Norte sabe bem que não andamos por aí a defender-nos de fantasmas, como fazem os de Lisboa cada vez que alguém lhes sopra verdades ao ouvido. Mas a si, sim… a si tenho algo a dizer. Primeiro, agradecer-lhe por ter ousado dar voz ao nosso lado, isso, hoje em dia, já é quase um acto de heroísmo. Depois, desejar-lhe boa sorte para conseguir publicar esta entrevista sem cortes, sem censura e, com um bocadinho de fé, sem ser perseguido por meia Lisboa armada. Ah! E claro… deixe-me só terminar com um pequeno orgulho pessoal: ao contrário das minhas histórias curtas, provocativas e mínimas, pelo menos já ganhei ao Kokkas em conhecimento de português. Ele explode invasores, eu explodo gramática… mas com muito mais estilo. Brigal para a KAP de PORTUGAL. ![]() _____________________________________________________________________________________ Artigo Jornalístico aprovado pelo Redator-Chefe Augusto Bibiano d'Avis. 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| Product | Price | Variation |
| Loaf of bread | 4.48 | -0.67 |
| Fruit | 9.19 | 0.56 |
| Bag of corn | 2.89 | -0.01 |
| Bottle of milk | 7.96 | 0 |
| Fish | 10.3 | -1.55 |
| Piece of meat | 18.19 | 2.42 |
| Bag of wheat | 10.34 | 0.04 |
| Bag of flour | 11.23 | 0.38 |
| Hundredweight of cow | 22.29 | 1.84 |
| Ton of stone | 13.82 | 0 |
| Half-hundredweight of pig | 14.4 | 0 |
| Ball of wool | 7.31 | -0.38 |
| Hide | 14.3 | 0 |
| Coat | N/A | N/A |
| Vegetable | 6.93 | 0.99 |
| Wood bushel | 3.94 | -0.57 |
| Small ladder | 22.5 | 0 |
| Large ladder | 63.75 | 4.88 |
| Oar | 30 | 0 |
| Hull | 28.04 | 0 |
| Shaft | 8 | 1.25 |
| Boat | 82.5 | 0 |
| Stone | 14.39 | 1.08 |
| Axe | 143 | -2.5 |
| Ploughshare | N/A | N/A |
| Hoe | N/A | N/A |
| Ounce of iron ore | 17.81 | -0.08 |
| Unhooped bucket | 22.75 | 0 |
| Bucket | 32.25 | -0.25 |
| Knife | 12.71 | 0 |
| Ounce of steel | 58 | 0 |
| Unforged axe blade | 70 | 0 |
| Axe blade | 123.13 | 0 |
| Blunted axe | 140.13 | 0 |
| Hat | 47.56 | 0 |
| Man's shirt | 107.2 | 5.08 |
| Woman's shirt | 83.44 | 0 |
| Waistcoat | 139.91 | 0 |
| Pair of trousers | 58.06 | 0 |
| Mantle | 269.98 | 0 |
| Dress | 202.5 | 0 |
| Man's hose | 43 | 0 |
| Woman's hose | 35.62 | 0 |
| Pair of shoes | 21.19 | 0 |
| Pair of boots | 63.75 | 0 |
| Belt | 37.06 | 0 |
| Barrel | 10.15 | 0 |
| Pint of beer | 0.64 | 0 |
| Barrel of beer | 66.29 | 0 |
| Bottle of wine | N/A | N/A |
| Barrel of wine | N/A | N/A |
| Bag of hops | 13.99 | 0 |
| Bag of malt | N/A | N/A |
| Sword blade | 131.56 | 0 |
| Unsharpened sword | 103.13 | 0 |
| Sword | 156.33 | 0 |
| Shield | 35.63 | 0 |
| Playing cards | 63.13 | 0 |
| Cloak | 147.69 | 0 |
| Collar | 57.25 | 0 |
| Skirt | 103.5 | 0 |
| Tunic | 195 | 0 |
| Overalls | 102.44 | 0 |
| Corset | 102.44 | 0 |
| Rope belt | 46 | 0 |
| Headscarf | 53.63 | 0 |
| Helmet | 138.75 | 0 |
| Toque | 47.99 | 0 |
| Headdress | 70.69 | 0 |
| Poulaine | 59.25 | 0 |
| Cod | 17.5 | 0 |
| Conger eel | 11.88 | 0 |
| Sea bream | 15.06 | 0 |
| Herring | 21.34 | 0 |
| Whiting | 18.44 | 0 |
| Skate | 16.38 | 0 |
| Sole | 17.38 | 0 |
| Tuna | 17.69 | 0 |
| Turbot | 18.28 | 0 |
| Red mullet | 18.5 | 0 |
| Mullet | 17.69 | 0 |
| Scorpionfish | N/A | N/A |
| Salmon | 18 | 0 |
| Arctic char | N/A | N/A |
| Grayling | 17.01 | 0 |
| Pike | 15.43 | 0 |
| Catfish | N/A | N/A |
| Eel | 16.81 | 0 |
| Carp | 13.75 | 0 |
| Gudgeon | 17.81 | 0 |
| Trout | 17.94 | 0 |
| Pound of olives | 11.88 | 0 |
| Pound of grapes | 6.61 | 0.05 |
| Sack of barley | 16.88 | 0 |
| Half-hundred weight of goat carcasses | N/A | N/A |
| Bottle of goat's milk | 12.81 | 0 |
| Tapestry | 107.19 | 0 |
| Bottle of olive oil | 126.25 | 0 |
| Jar of agave nectar | N/A | N/A |
| Bushel of salt | 24.81 | 0 |
| Bar of clay | 2.31 | -1 |
| Cask of Scotch whisky | 93.75 | 0 |
| Cask of Irish whiskey | 98.75 | 0 |
| Bottle of ewe's milk | 14.07 | 0 |
| Majolica vase | N/A | N/A |
| Porcelain plate | N/A | N/A |
| Ceramic tile | N/A | N/A |
| Parma ham | 92.5 | 0 |
| Bayonne ham | 80.31 | 0 |
| Iberian ham | 79.5 | 0 |
| Black Forest ham | 81.25 | 0 |
| Barrel of cider | 79.06 | 0 |
| Bourgogne wine | 84.38 | 0 |
| Bordeaux wine | 60.63 | 0 |
| Champagne wine | 179.38 | 0 |
| Toscana wine | 75 | 0 |
| Barrel of porto wine | 88.75 | 0 |
| Barrel of Tokaji | 130 | 0 |
| Rioja wine | 108.44 | 0 |
| Barrel of Retsina | 90.63 | 0 |
| Pot of yoghurt | 79.69 | 0 |
| Cow's milk cheese | 75 | 0 |
| Goat's milk cheese | 115 | 0 |
| Ewe's milk cheese | 85.38 | 0 |
| Anjou wine | 40.31 | 0 |
| Ewe carcass | 14.35 | 0 |
| Mast | 434.66 | 0 |
| Small sail | 183.63 | 0 |
| Large sail | 939.58 | 0 |
| Tumbler of pulque | N/A | N/A |
| Jar of pulque | N/A | N/A |